Estamos num tempo em que nos sentamos, como eu agora, em frente a um teclado e a um ecrã que nos filtra o mundo numa doce sucessão de imagens. A realidade chega-nos intermitente e com um fim sempre ao alcance do botão desligar. Sonita tomou em suas mãos escrever sobre os problemas que viveu por dentro, sem o filtro de um ecrã. Conta a realidade de milhares de raparigas que todos os anos são vendidas, por tradição, para casar com homens por vezes muito mais velhos. A dada altura conta que a sua mãe, quando obrigada a casar, tratava o seu marido por tio, tal era a diferença de idade.