A outra perspectiva do fim da ditadura Fascista portuguesa é o Fascismo. O que a embaixada portuguesa no Luxemburgo nos diz é que o Fascismo e o fim deste estão ao mesmo nível. Pois não estão. Um tiraniza e ou outro liberta, um destrói e o outro constrói. Se a embaixada portuguesa no Luxemburgo quisesse realmente apresentar outra perspectiva teria convidado historiadores africanos. Esses sim, dar-nos-ão a outra perspectiva. A perspectiva de quem ganhou a liberdade, de quem pode deixar de ser cidadão de segunda, de quem deixou de precisar de baixar a cabeça e dizer “sim patrão”.

Não caberá também, talvez, na cabeça dos escribas ao serviço da RTL 5Minutos, pagos também pelos meus impostos, que possa haver portugueses matemáticos ou escritores ou cosmógrafos, quiçá. Que parte de um povo possa, ao oposto dos seus compatriotas antepassados, ver noutros mundos algo mais que uma fonte de riqueza. Que se virem para o sul não só para explorar, antigamente, as riquezas alheias e, agora, a mão de obra barata que outros pagaram para formar, mas também pelo genuíno interesse do saber.