Mas mesmo que o secretismo seja quebrado, voltemos ao contexto político-social da Constituição da República Portuguesa e à necessidade de garantir que o direito de voto não possa ter repercussão directa sobre um votante específico. A preocupação com o secretismo é utilitária, serve um outro fim e não é um fim em si mesmo. Não se trata de proteger a eleição, mas sim o eleitor. Tendo colocado o boletim de voto junto com a cópia do documento de identificação o que se verifica não é uma violação dum qualquer princípio eleitoral, mas a renúncia, ainda que inconsciente, duma garantia individual. Não lesa a eleição. O estado cumpriu com a sua função, ao fornecer o envelope “de cor verde” e o “envelope branco”, de proteger a garantia – o eleitor não precisa de ser protegido dele mesmo.
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A outra perspectiva do fim da ditadura Fascista portuguesa é o Fascismo. O que a embaixada portuguesa no Luxemburgo nos diz é que o Fascismo e o fim deste estão ao mesmo nível. Pois não estão. Um tiraniza e ou outro liberta, um destrói e o outro constrói. Se a embaixada portuguesa no Luxemburgo quisesse realmente apresentar outra perspectiva teria convidado historiadores africanos. Esses sim, dar-nos-ão a outra perspectiva. A perspectiva de quem ganhou a liberdade, de quem pode deixar de ser cidadão de segunda, de quem deixou de precisar de baixar a cabeça e dizer “sim patrão”.
A decisão de substituir o Secretário-Geral tem que ser sempre natural. Deve estar sempe em cima da mesa. Deve ser sempre fácil de tomar e executar – e o Partido deve estar sempre preparado para a tomar. Sempre. A partir do momento que há um novo Secretário-Geral este deve ser substituível – não há Colectivo de nenhuma outra forma.
Jerónimo de Sousa foi o Secretário-Geral certo no momento que foi escolhido. Do trabalho que fez só podemos agradecer. Mas os tempos são outros, e são outros há já algum tempo.
A escolha de um novo Secretário-Geral para o Partido Comunista Português, processo natural, só peca por tardia.
O Partido Comunista Português saberá fazer a escolha certa.
Chamemos os bois pelos nomes. Manter o grosso da população na corda bamba para poder ir medir pilinhas para o espaço só merece um nome: Terrorismo.
O Partido Comunista Português foi, o Partido Comunista Português é a maior e melhor escola que tive na minha, nem longa nem curta, vida. Escola de política, de economia, de filosofia, de análise, de solidariedade. Com o Partido Comunista Português me iniciei no método materialista dialéctico, que me guia a análise do mundo que me rodeia. Método que só tenho reforçado à medida que me mergulho mais e mais fundo na filosofia, “arte” que escolhi estudar.
O meu voto nunca será útil. Será sempre político e representativo daquilo em que eu acredito. Hoje, o meu voto vai para aquele, talvez o único, que mostrou estar empenhado no respeito da constituição e que alinha com os que nunca se encolheram perante a ameaça do fascismo. Aqueles que, como os abetos, de pé fazem face à ameaça subterrânea e subcutânea que nos ameaça o ecossistema social.
Os comunas, uma vez mais, vão mostrar que o respeito colectivo pelas normas que escolheram adoptar é algo que fazem sem qualquer sacrifício ou dificuldade. Porque os comunas acreditam na coisa comum. Acreditam na responsabilidade de cada um perante o todo.
O espaço público tem sido invadido por um crescendo vozear contra tudo o que é diferente, com um nivelar da opinião pública por baixo, ressurgindo em força o ódio e a mentira que julgávamos enterrado desde 9 de Maio de 1945. O deputado André Ventura é exímio na arte de explorar e manipular a opinião pública usando destes e outros métodos. Nada daquilo que proclama (e não se pode dizer que um catavento defenda seja o que for excepto a sua liberdade de andar à roda) poderá ter o meu agrado ou apoio. Muito antes pelo contrário. As ideias que veicula, o oportunismo com o faz, e a redução ao absurdo de todo e qualquer debate terão sempre a minha mais profunda oposição.
A oferta da morte como solução clínica é algo que nem nos é tão estranho no hemisfério norte. E não falo de países onde a eutanásia foi legalizada. O sistema de saúde dos Estados Unidos rege-se, ainda em grande parte, e cada vez mais com a presidência de Trump, sob esse princípio: tens dinheiro tratamos-te, não tens deixamos-te morrer. A única diferença é a intervenção ou não intervenção de pessoal qualificado.