Quando me apresentei como candidato à presidência da CCPL fui criticado por aqueles que achavam a minha candidatura extemporânea. Na entrevista que dei ao BOM DIA esclareci que um dos motivos que me levava a apresentar-me como candidato era o desejo de que se falasse do Congresso da CCPL. De que este que deveria ser o ponto alto da nossa comunidade aqui no Grão-Ducado fosse um acto público e com a maior adesão possível.
Foi aliás esse o meu único motivo: que o Congresso tivesse lugar e que tivesse a maior adesão possível. Estávamos a 31 de Março.
Tenho por princípio de que só com abertura e a transparência se pode levar a bom porto um trabalho que se pretende de representação. É nesse sentido que veiculo a minha opinião de forma aberta e pública – como aliás já o faço há quase 20 anos. São formas de estar perante a vida.
Dado que a CCPL se afirma como representante da comunidade portuguesa é a esta que deve prestar contas. Nesta lógica as opiniões que tenho sobre o funcionamento deste organismo não podiam ser senão públicas. Estão à vista de todos para quem as quiser consultar. De mim, sabe-se o que penso sobre, entre outros, assuntos que possam dizer respeito à comunidade portuguesa.
No dia 10 de Abril, a 12 dias de um Congresso que deve ser, de acordo com os Estatutos da Confederação, anunciado com quatro meses de antecedência, a página Facebook da CCPL menciona pela primeira vez a sua reunião magna. Parte do meu objectivo estava cumprido: que se falasse do Congresso.
Uma das falhas que aponto à CCPL, admitida aliás em Congresso pela presidente cessante, é a de não ter contacto com o mundo associativo – expressão da organização espontânea da comunidade.
Domingo decorreu, finalmente, o IX Congresso da CCPL. Estiveram presentes 49 delegados em representação de 11 associações, 4 Comissões Consultivas Comunais de Integração, do Conselho Nacional para Estrangeiros e da Câmara dos Assalariados.
De entre estes, 38 delegados apresentaram-se como candidatos ao Conselho da Confederação, que é composto por 30 elementos efectivos mais 15 suplentes. Foram então eleitos 30 efectivos e 8 suplentes. Destes, um dos eleitos efectivos nem se apresentou a Congresso. Por entre os 30 membros efectivos, 24 são delegados propostos por três associações, sendo uma delas a própria CCPL.
Perante o Conselho eleito resta-me tão só aceitar a derrota do meu objectivo de que do Congresso pudesse sair um Conselho da Confederação representativo duma comunidade que conta com cerca de uma centena de associações, igual quantidade de membros de CCIs, mais de uma dezena de Conselheiros Comunais, um Ministro e uma centena de milhar de pessoas espalhadas por todo o país.