O desejo de acabar com todas as guerras, subjacente ao sonho europeu, é um mero castelo de areia. Será preciso bem menos que as minas alemãs na costa oeste da Dinamarca para o derrubar.
E, no entanto, continuamos a colocar, todos os dias, minas nesta praia de areias finas que, juntos, escolhemos percorrer.

Talvez esse seja uma característica dos prémios Nobel, especialmente os da Literatura: falar-nos com uma simplicidade de palavra, como se dela fossem donos absolutos, e no entanto ter o poder de provocar explosões dentro das nossas ideias.
Talvez seja mesmo condição sine qua non para a atribuição de tão alta distinção, não fosse Alfred Nobel o inventor da dinamite, essa cuja eloquência Jeremias tanto admirava.